21 de julho de 2009

Querida Barcelona


Sento-me de pernas à chinês na cama, como se o mundo me coubesse todo ao colo e olho pela janela gigante, sem cortinados, para uma cidade nostálgica. Uma leveza saborosa envolve-me o corpo, indolente num quarto de hotel, perdido em delírios. E penso em ti. Penso no quão perfeito ficavas no ponto de fuga deste quadro a preto e branco, para eu depois pintar, óleo na tela, e guardar-te por cima da minha cama em Portugal. Mas tu só vens aqui para me cegares e agarrares, destruir, perder, ferir, debilitar e trancar o meu correr de ideias. Afliges-me com investidas, perturbas-me com emoções, e depois pousas-me outra vez em lençois esbatidos, por tempos e amantes, com a chave do quarto ao lado, na mesa de cabeceira, e um tapete foleiro aos pés da cama. Durante todas essas horas eu deixo de ver, e a janela gigante parece tão pequenina que Barcelona é uma maquete. De repente acordo de ti e volto a olhar em volta. A maquete sou eu, e a cidade continua enorme, comigo rendida. Não sei se a ti, se a ela.

6 comentários:

Palha disse...

Adorei o texto! Surpreendes-me a cada dia q passa, pela positiva :P

Continua assim! Força! ;D

**

Ana Tapadas disse...

Está a escrever muito melhor! Passou de leitora a escritora e isso é óptimo!
Gosto de moldar, quando a matéria é tão nobre.
Beijinho

Palha disse...

aposto q tas toda inchada :P

mas sim, e' verdade :D

Ana Tapadas disse...

Pois...e merece, Palha!
Beijinho

Palha disse...

Não tenho duvidas disso, prof. Ana Tapadas. Ela merece-o melhor que ninguem :)

Ela esta' a melhorar de dia para dia e eu tou muito contente por ela ;)

* :)

vieira calado disse...

Olá, amiga!

Se quiser vir a Lagos, venha agora!
Está demais!

Bjs