4 de dezembro de 2008

Rainning Winter

É Inverno a valer. Nesta altura a chuva queima e o sol congela.
O fumo de um cigarro já não se perde no ar leve do Verão, arrasta-se sim, pelas ruas acima, com o nevoeiro que pesa na atmosfera. É uma perseguição incessante, que só termina a sua busca nos dias plenos de Primavera, quando o Mundo já está cansado de fugir e deixa de se importar com os fantasmas que lhe correm atrás (para além do fumo).
Adoro o barulho de chapa que os pés fazem ao baterem, furiosos, nas poças de água. Hoje cheguei a casa mergulhada numa melancolia infindável, com o barulho do roçar das pernas uma na outra; cheguei no desconforto de um casacão preto e de uma mochila atulhada de trabalho. É todos os dias assim, mas às vezes custa menos - quando a ânsia de um dia que nunca mais chega não vem comigo até casa e me entra no hall sem pedir licença. Há força para enfrentar e vontade também, mas estou cansada. Dói não saber onde dói, ouvir as gotas baterem no telhado cá de casa, sentir quase furado o tecto que eu sei que me vai abrigar sempre. Mas no meio da chuva latejante eu ainda consigo distinguir a tua voz.

1 comentário:

Anónimo disse...

:')

comoves-me fofa xD