Quero ver como é vais olhar para mim logo à noite, quando eu aparecer de surpresa na sala, e tu desprevinido, vais sorver a sopa muito depressa, e deixar fugir as batatas do prato. Recusas a sobremesa e o café e sais a correr desvairado para um sítio onde saibas que não te encontrarei. Pois eu vou surpreender-te outra vez, não te esqueças que conheço todos os recantos onde te escondes.
Sei que vou dar contigo numa tasca com mais de vinte anos, com cerveja e putas baratas, no entanto, deslocado, alheio a todas as mulheres com meias de rede e push-up's, de peitos salientes quase colados à tua cara a oferecerem-te sexo fácil e barato - pelo menos é o que elas dizem. E tu vais dizer que não, porque dispensas imaginar a minha cara no corpo de uma puta, ou uma puta com a minha cara. Tu e a tua ética incorruptível. Mas afinal é isso que eu sou nas tuas mãos: uma puta, mas só para ti. Não preciso do peito saliente nem de te cobrar uma boa noite na cama. Não cheiro a imitações da Cacharrel nem me insinuo para ti ao teu colo. Tu simplesmente vens e perdes os sentidos comigo. Mas no fim pedes para fingirmos que não se passou nada, como uma prostituta.
1 comentário:
Quando experimentaremos outra temática?
beijinho
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