Achei-me vagamente, algures nesse teu meio sorriso. Olhar fixo e doçura inerente, não sei bem o que vês - tenho para mim que, perdido por esse corpo adentro estão tumultos desgarrados que te fazem contorcer à vista desarmada da minha pessoa.
Não posso olhar-te por dentro, como nem Blimunda fazia a Baltasar, posso entretanto tocar-te com a simplicidade de um carinho e o peso de uma perna sobre o colo.
Devagar lá me vais amando, tornando-me cada vez mais tua e, sem qualquer tipo de complexo que derive de uma mente mais conservadora, deixo-te entrar por minh’ alma dentro desacreditada nos esqueletos abandonados, às tantas, a uma qualquer esquina recôndita.
De Humanos que somos, há uma sombra que nos oculta a mesquinhez que nos é própria. De Humanos que somos, há um olhar ofuscante que afoga o desejo que nos consome. Por fim, de Humanos que somos, há um beijo que sobressalta aquilo que de mais puro reside em nós.
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Fortaleza de Sagres (2011) |
7 comentários:
Ah pois e em pano de fundo o Saramago...
Uma fotografia soberba.
Beijinho
De forma consciente ( ou não ) por vezes fotografamos o interior... apontando para o exterior. mas isto sou eu a divagar, olhando para a forma que quase se desenha, naquele tunel escuro...
Tudo de bom para ti,
Sim senhor!
O texto é muito bonito!
Bjsss
Venho aqui dar um apoio e dizer que eu não esqueço nunca as manifestações de afecto.
beijo
Enviei-te um email a respeito da pergunta que me fizeste no meu blogue, Livros2011Usados, sobre o Herberto.
Pena que se não possa seguir-te, porquanto tenho um outro blogue de contos, que intentarei escrever mais agora depois de se ter findado o ano.
Andei por aqui a ler, com mtuio gosto.
Olá, boa noite!
Vim inteirar-me das últimas postagens.
Deixo saudações poéticas1
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