15 de outubro de 2010

O sentido.

A simetria dos teus olhos despertou em mim todo o selvagem que me ocupa. O sentido não faz sentido, o teu olhar não é assim tão peculiar. Reflectido nesse mel (de fel) vejo que me amas, que me inebrias, danças-me na íris, quebras-me o peito.

O sentido não faz sentido, o teu olhar não é assim tão peculiar. Escondes de mim esse tumulto, arrefeces as mãos enquanto te esqueces morbidamente que um dia arderam de pecado, perdidas noutros tempos, corpo afora.

O sentido não faz sentido, o teu olhar não é assim tão peculiar. Entende que sou mulher, que o desgarrar do ventre em nome do amor não me dói. Entende que preciso da morfina que carregas nesse teu desejo escondido, para acalmar esta paixão desmedida.


2 comentários:

Ana Tapadas disse...

Texto apaixonado, sim. Mas atenção que o amor-paixão pode consumir.
bj

vieira calado disse...

Há olhares enganadores!...

Saudações poéticas