4 de setembro de 2009

We're meant to be

E nessa noite conheci-te. Nessa noite quente de Agosto conheci-te de verdade, as minhas mãos nas tuas, corpo fraco, de corações atados. Conheci-te a sério, de olhos nos olhos, lacrimantes, a ceder às emoções. Sem uma palavra, só numa ilusão parva de amor honesto.
O amor nunca é honesto, porque as pessoas têm medo - e nós tivemos medo.
Durante muitos anos foste tu para mim e eu para ti, principalmente em Agosto, e permanece essa pertença, essa injúria ao ser, ao realmente ser.
Vivemos os dois todos os dias nessa utopia precária. Se calhar aparecemos no original de Thomas Moore, tão velhos quanto essas páginas, tão rasgados, tão amarelos e gastos quanto essas páginas. Tão mágicos. E se calhar também aparecemos nas inscrições das paredes do Egipto, e já existimos num passado longinquo, tão misteriosamente erguidos como esses blocos sem alicerces.

2 comentários:

Palha disse...

Adoro o q escreves :)

Beijos grandes!

Ana Tapadas disse...

Foi por si que as publiquei...
Bom texto.
Até breve.
Bj