10 de setembro de 2009
Tu cansas-me. Cansas-me porque só de pestanejares eu amo-te. Amo-te quando falas, mesmo que não seja para mim; quando atravessas ansioso a parede que nos separa, quando percorres desorientado o mesmo espaço que eu, quando me procuras com os olhos, desesperado, quando me encontras finalmente e quando me perdes outra vez, eu amo-te. Em cada cada canto do mundo, por cada ruela, respiro-te em cada beco. Até da varanda da minha casa, mais distante da tua que a Terra do Sol, a cada relâmpago que ilumina a noite escura nesta rua sem luz; no grande casarão com o chão de madeira, a ranger de podre, das paredes frias contra as quais me amaste tanta vez, em silêncio, para ninguém ouvir. Amo-te de olhos fechados, quando as tuas mãos a percorrer o meu corpo ainda parecem reais, gentis e delicadas, sensíveis e cuidadosas. Nas fotografias que tirámos, amo-te da primeira à última, sem nenhuma hesitação, e com a mesma perplexidade de quando existíamos. Amo-te só por te moveres, mesmo que não me deixes.
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2 comentários:
"Amo-te" pq escreves bem :p
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Em relação ao seu comentário sobre os dinossauros:
Olhe que eles ainda cá andam!
Um beijinho, jovem amiga!
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