21 de maio de 2013

Sombras da Madrugada

Vi uma sombra bem unida,
A dela e a tua
E a outra sombra, já esquecida
Surpreendida parou na rua
Os dois bem juntos, tu e ela,
Nenhum reparou
Que a outra sombra era daquela
Que tu não queres, mas já te amou.

E a madrugada não importa
Neste silêncio há mais verdade
A noite é triste e tão sozinha
Parece minha, toda a cidade
Nem o cigarro me conforta
Nem o luar me abraça
Eu não te encontrarei jamais
E nestas noites sempre iguais
Sou mais uma sombra que passa
Sombra que passa e nada mais.

Ao longo desta madrugada
A sombra da vida
Mora nas pedras da calçada
Já não tem nada, anda perdida
Quando a manhã nasce enfeitada
Pelo sol que a procura
Nem sabe quanto a madrugada
Chora baixinho tanta amargura.

Sombras da Madrugada - Fado interpretado por Maria Armanda


Museu do Fado 2013 (Foto de uma amiga)


1 comentário:

Ana Tapadas disse...

Querida Sara,
quem vai para Lisboa acaba por se deixar tocar pelo fado! Ainda bem que foi para Lisboa...sabe o que eu penso daquela sua ideia inicial. Aí o horizonte alarga-se...

beijinho