Guardamos no peito saudades antigas que o semblante carregado no rosto não deixa esconder. Magoa-mo-nos nessa pressa de as deitar fora e nessa incapacidade de executar os planos precipitados e portadores de uma raiva apaixonante e levemente hipócrita, falsa.
As saudades são então esse meio díspar entre o querer e o ter - amarguramos o amor que temos por alguém quando nos falta a alma no simples acto de andar. Todos os dias olho para edifícios trespassados de História e até já sentei algures, numa Paris falsa. São estes os pormenores que Lisboa oferece a quem sabe encontrá-la no meio daquilo que é a cidade: nas entranhas deste gigante de ferro, betão, cimento e alcatrão, existem todas as outras cidades do Mundo.
Quero partir-me ao meio entre a paixão e a urbanização - cá vêm as saudades, tão pesadas, daquilo que era (mesmo que não fosse) e agora já não consigo ser. Às vezes tento deitar-me fora... Mas é tão precoce.
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Aljezur 2010 |
1 comentário:
Pois minha linda...c'est la vie!
Saudades suas!
Beijoca
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