7 de abril de 2011

La mort du paradoxe

Empanturrava-mo-nos desse amor bêbedo durante horas a fio e depois caíamos exaustos, ao lado um do outro, num riso histérico e sádico. Tudo em nós era luz e esperança: pura utopia transbordante em olhos curtos e corpos devassos. 
Eramos nós no pecado original, numa ternura obsoleta e gasta, mas sempre benigna. Matámos horas, desgastámos vãos de escadas e acabámos desencontrados em mundos reais que não eram nossos - passámos eternidades em calvários devastadores a recusar o artificial e, no final, fomos dois estranhos um para o outro, abandonando aquilo que de genuíno construímos. 
Pesou-nos, enfim, a alma ingrata. Desta viagem levei apenas o peito cheio de ti, num vazio lacerante carregado de nada.




Castelo de Vajdahunyad (Hungria 2003)

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