26 de março de 2011

Embrassé la mort

Vamos-nos amando de rua em rua, na precipitação absurda de chegarmos a algum lado que ainda não tem localização no mapa nem caminho de terra. Corremos pelas esquinas de uma cidade fantasma, povoada de vida do outro lado da realidade, enquanto aqui somos só nós dois: fechados, alheios - nostálgicos. Olhamos-nos, embevecidos, numa ternura que não nos é própria e deixamos perder a vida que corre para lá desta vidraça imaginária...
Nunca ficas. Nunca me deixas ficar. Perpetuamo-nos nesta tragédia a que chamaram de Amor e escolhemos a indolência de viver do lado de lá. A dor resta-nos.

Arc de Triomphe (Paris 2004)

1 comentário:

Ana Tapadas disse...

O texto é muito bom. Gosto da série.
Atenção ao Francês...
Beijinho