31 de dezembro de 2010

Fuck-o'clock in the morning

Estou há alguns (largos) minutos a olhar para a folha branca, mas nada me ocorre quando tenho tanta coisa para dizer. A minha mente está numa espécie de convulsão constante, em que tão depressa tudo me atormenta como depois nada me resta. Aprendi a escrever por impulso e o meu tema preferido é a perversão - em todos os sentidos da palavra. Desenganem-se quando pensam nisso como mero pudor sexual quando, no fundo, somos todos perversos. Há uma quota parte do nosso espírito que nos inclina para esse deleite doente e obscuro. 
O corpo rende a alma quando esta se perde em delírios e não o contrário, porque de fantasias todos nos alimentamos, até ao ponto em que lhes sucumbimos nas mãos e perdemos, para o corpo, aquilo que a alma dita.

Faço-me de ti e abandono-me a mim própria em jeito de vingança. Avanço a passos largos para a morte interior e rejeito-me com atrocidade. Escárnio e vingança de mãos dadas, para satisfazer aquilo que te incomoda - o amor que me tens. Se queres que te diga, sinto-me bem na tua pele e no teu castigo. Porém, recebo no final um aperto no peito e um punhado de palavras que não me disse. Ficarão retidas por tempo indefinido (eterno) para morrer um dia, abraçado no arrependimento que ficou.





3 comentários:

Ana Tapadas disse...

Acto de escrita...inconsciente que emerge...
Beijo

vieira calado disse...

Olá, boa noite!

Venho simplesmente desejar-lhe

BOM ANO de 2011!

Beijinho

P disse...

Muito bom.
P.