Tens que parar de me fazer isto. Chamares-me e eu ir sem receios, agarrares-me e eu entregar-me sem anseios. Eu sei que preferes quando eu sou atrevida: quando de repente me sustento à porta da tua casa, com os braços abertos contra à parede, a chamar-te para investires contra mim, ali mesmo; sei que preferes quando te tiro a camisola logo à entrada e te afasto ao mesmo tempo que te puxo, e te beijo e empurro porque ficas mais sensível ao toque quando estás na espectativa, e porque gosto de te ver ansioso por não saberes o que vou fazer a seguir, sem teres a minima ideia daquilo que me poderá passar pela cabeça.
Sei que aprecias esta minha qualidade de ser imprevisível e de te levar a lugares que nem tu imaginavas que podias ir. Adoro quando olhas para mim de uma maneira que só tu sabes e que me arrepia cada poro, ainda mais quando me agarras e me fazes divagar à mercê do teu corpo. Às vezes nem sei que mais te posso fazer, quando parece que somos os dois insaciáveis e ficamos frustrados, sem uma ideia do que poderá ser novo e suficientemente aliciante para nos chamar a atenção.
Mas depois, no final de contas, quando me vou embora sozinha e tu ficas deitado na cama, cansado e suado, parece que cada degrau é diferente a cada passagem. E então quando chego lá abaixo assombra-me uma sensação de vazio e bate-me um arrependimento amargo no peito, porque tens o poder de renascer em mim as cinzas do passado cruel que me assola a mente, e eu caio em mim até finalmente perceber que não és tu quem eu quero.
Sabes, às vezes consigo gostar de ti, sinto-me sensível e vulnerável como se fosses tudo. Sinto ciúmes, paixão, arrebata-me o mundo no coração. Mas isso são momentos passageiros de ilusões provisórias, no fim acabo sempre por te odiar, e na pior das hipóteses não sinto mesmo nada. Tens que parar de me fazer isto.
1 comentário:
Olá, jovem!
Passei para ler
e desejar-lhe
boa semana.
Beijinhosss
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