17 de agosto de 2009

Revejo-nos, numa terceira pessoa, toscamente enrolados num lençol arrancado à pressa da cama. O teu rosto imberbe a fitar-me, um olhar brilhante e um sorriso infantil. A atmosfera emana paixão, nós transpiramos desejo - lá fora o mundo grita por razão, por isso fechamos a janela.
E sem dar tréguas ao prazer arrastamo-nos até não sei onde, varrendo com o lençol roupa e sapatos ao acaso no chão, para consumar, ofegantes, entre gemidos e impulsos, a vontade física de uma doença psicológica.

1 comentário:

Ana Tapadas disse...

Voltei minha linda...e encontrei um belo texto cheio da languidez de Agosto.
Beijinho