15 de janeiro de 2009

A alma ao Diabo

Não sou de guardar rancor, muito menos da única pessoa que, quer queira ou não, amei incondicionalmente. À chuva, ao sol, no calor e no frio. No gelo, no conforto de um colo ou na dor de um abraço de despedida. No sabor de um beijo mergulhado em lágrimas, num rasgo de violência, na submissão de dois joelhos dobrados sobre chão, no carinho de duas testas encostadas e duas mãos entrelaçadas. "Through the never".
Os pormenores, ao contrário do que se pensa, não são assim tão menores. 
Só para que saibas tenho a nossa fotografia dentro de um livro chamado "Hotel Memória"; uma rosa vermelha na caixa gasta das recordações. A primeira foto de 2007 numa pasta oculta; o primeiro beijo pregado ao coração; e a capa de um livro de filosofia com um DESCULPA gigante cravado na memória; Uma sala da escola com os nossos nomes, que não vão conseguir tirar de lá nunca. Lugares, datas, gestos, toques - que não me saem da cabeça nem por um dia. Aliás, cada vez estão mais presentes, mais fortes, mais dolorosos.


Sara, 2005

Sem comentários: