21 de fevereiro de 2011

São arcos vãos

- "Podia ser um de nós... a estar na situação dela". - disse-te.
Encolheste os ombros e agarraste-me com força. "Amo-te" - respondeste abalado. Dormiste o resto da noite com cara de quem lamenta, mas que se conformou.
Nas horas seguintes a minha consciência debateu-se incessantemente com o sono e compreendi que nada acontece por acaso. Acabei por assumir que há algo acima de nós que condiciona as escolhas que fazemos e nos atira cá para baixo as consequências certeiras daquilo a que nos entregamos. Não tem necessariamente que ser Deus - não me rebaixo à hipocrisia de acreditar nisso nas horas que me dá mais conforto - mas o ser humano tem esta necessidade básica de se apoiar em algo transcendente quando há fenómenos inexplicáveis.
A vida é incontrolável e débil, frágil e obviamente efémera, mas todo o nosso propósito me atormenta, porque afinal qual é?!

Sempre nós, contigo (2009)

1 comentário:

Ana Tapadas disse...

Sim...entendi a mensagem. Nada acontece por acaso.
Bj