18 de junho de 2010

A essência da vida é poder sermos nós próprios sem cuidados, medos ou contenções. Melhor que isso é ter alguém que nos abarque assim, tão impulsivos e inevitáveis como a chuva. Se querem saber o que é que me dá prazer, posso dizer que, a par dos braços seguros do meu namorado, adoro ouvir o som assertivo do teclado, o pousar do copo em cima da mesa de madeira, o resvalar delicado da roupa enquanto me visto. Basicamente sou sensível a todos os sons, porque todos eles me fazem sentir de uma forma espantosamente mágica.
Encerro uma paixão particular pelo barulho de portas a bater. É de uma magnificência absurda o sentimento que me desperta o arco vão, o baque seco e confiante, o estalido do metal na ombreira. E que me chamem esquisita, que gozem comigo, mas eu gosto.
Então, vou ficando por aqui de pijama, à espera que chegue o homem que me despe de todos os receios, a ouvir e a ver filmes quando, de súbito, uma puta ensina-me que há coisas tão insignificantes e extremamente bonitas que nos preenchem a alma por breves segundos. E continuo a esperar por ele, só para lhe entrar infantilmente pelo carro, lançar-lhe uma ofensa carinhosa, dar-lhe um beijo e dizer que o amo - para depois ficar uns minutos pendurada no pescoço dele a sorrir, antes de ir embora.
Volto para casa. Mando-lhe mais uma mensagem a dizer que o amo, porque amo, e deixo-me cair de novo na cama, enfastiada do nada para fazer.
De olhos abertos amo-o mais três vezes e decido ir tomar banho. São 17:26.

4 de Abril de 2010



3 comentários:

Maria disse...

ficas tão melosa quando és romântica! gosto muito de vocês, nojentos :) <3

Ana Tapadas disse...

Tanta libido à solta, garota.
Beijo

vieira calado disse...

Gostei do seu comentário ao amarelo, no meu blog,
Elege-o como o melhor (sem desprimor para os outros).

Saudações poéticas