15 de abril de 2010

Tenho medo de acabar comigo. Comigo e com este guardião de recordações em que se tornou o meu coração. Às vezes vem-me à memória a dor dos mil sofrimentos por que passei e receio não saber onde pertenço. Debato-me, entro em pânico, desespero por respostas, e finalmente abato-me, frágil, sobre esta mágoa eterna.
O ânimo regressa em poucos minutos, quando me lembro porque é que me apaixonei por ti. Depois, conformo-me com este medo patente de te perder, aceito esta minha doença de te amar, e liberto-me de velhos pesares.
As mãos implacáveis na minha cintura, o peito arquejante contra o meu corpo, um toque fugaz nas pernas, o estalar seco da madeira, a paixão atenuante, o silêncio vazio de um quarto - e sei agora onde pertenço, amor.

2 comentários:

Maria disse...

gosto sempre dos teus textos, e adoro saber que estás bem :)

Ana Tapadas disse...

Poderemos falar de uma escrita ligeiramente «obsessiva» ou haverá algo de real?
beijinho